Nada além de um palhaço

Não leva nada consigo alem de sonhos, para traz , apenas a platéia a gargalhar. No peito , dores , sonhos e ilusões de uma breve carreira, marcada por risos e aplausos da vibrante platéia ao longe, nada fez de importante, e o picadeiro que outrora fora sua morada, agora outro encena o espetáculo , traz alegrias e novos sonhos ao palco . Assim sai o palhaço de cena, deixa para traz o que tinha, o que valia a pena, a platéia feliz porem pequena – deixa ela nos braços de outro que a fará chorar, de tristeza , de remorso quem sabe , ou apenas chorar – a platéia ficou agora onde os anseios e sonhos se confundem com lembranças – no passado. Assim o palhaço sai de cena, com as vestes pulidas com estripulias, com a cara inchada de tanto forçar um sorriso – com a flor roxa dos otários indo pro lixo, sem sapatos agora com os suspensórios amarados – com elásticos frouxos e calçolas a cair. Assim o palhaço sai de cena, sem o chapéu coco, - e no peito um coração costurado, sem vida...