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Mostrando postagens de maio 9, 2011

Sonho de uma noite sem fim

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Consultório: “Então, seus sonhos são menos freqüentes agora?” “Sim, doutor, são.” “O que apareceu no lugar deles? No lugar da sua obsessão?” Não gostava de ser descrito como alguém obsessivo, mas com os anos de experiência em terapia, havia me acostumado. “Apareceu uma imagem.” O doutor se endireitou na cadeira, sua barbicha denunciadora de anos psicanalíticos, foi coçada intelectualmente, como uma imagem cômica de internet, um GIF. “Uma imagem? Poderia me descrever essa imagem?” “Uma borboleta.” As sobrancelhas desenharam uma interrogação. O ar de decepção ficou evidente. “Uma borboleta? Hum... E o que essa borboleta fazia?” O que as borboletas fazem, doutor? Elas voam! “Voavam.” Um silêncio constrangedor. “Vamos, eu sei que você pode me dar mais detalhes dessa borboleta.” Poderia. “Tudo estava branco, e no centro da brancura aparecia uma borboleta, ela batia as asas com suavidade, e até entrar corretamente no meu foco de visão, voava num mesmo ponto. Após isso, zigu...

Poeta ? quem ? eu? Kkkk . . .

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Eu não sou poeta. Os versos não rimam, o tema não se ajeita A cara das estrofes se descompassam, e a incoerência só aumenta O ponto que me pega, desloco para o lado. E a vígula, Ingênua Sentido, sem sentido? Só me atormenta! O lance de paralelismo nunca funciona E aquele verso com “vida”, “desânimo”, e “ignorância” De tudo e nada, me vale o anagrama! Empaco no meio, o que faço com o “arrebol”? Troco, transformo? O que mais me resta?! Tentei de tudo, mas nada me completa A coesão, soturna, é a única que me sobra Mas o que faz o poeta não é sua rigidez Nem sua regência É o cúmulo de tudo isso, transfigurado Hum, não entendeu? Então vamos deixar de lado, Porque de poema em poema A poesia não se inventa Mas de poeta, a poesia sempre se completa!

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O frio me faz lembrar antigos amores. Aquecimento dos corpos. Eu não tive muitas namoradas, ou o que poderia se chamar de namoradas. O que tive foram amores de momento, aqueles momentos que você precisa estar com alguém, seja esse alguém quem for... Mas me apaixonei, mais do que devia. Ofereci, também, mais do que tinha, e até mesmo recebi mais do que merecia... São jogos, todos os amores. Jogar. Talvez se eu simplificasse a vida em uma rodada de black jack, fosse capaz de compreender melhor a minha própria história. A excitação do erro, o pesar da vitória, uma virada de mestre. E a banca sempre ganha!